Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a escoliose tem cura e, quanto mais cedo for diagnosticada, maiores são as chances de reverter os danos. Mesmo não sendo grave inicialmente, merece muita atenção, pois pode desencadear uma série de outros problemas. É comum que deformação se manifeste, geralmente, entre 9 e 15 anos, mais precisamente no inicio da puberdade, mas pode atingir desde bebês à pessoas idosas. Por causar uma impressão bastante negativa visualmente, ocorre uma série de dúvidas sobre o problema. Afinal, quais são os sintomas da escoliose e como podemos descobri-la a tempo de tratar? É possível reverter a situação se for descoberta algum tempo depois da origem? O que causa a escoliose? Qual cuidado se deve ter durante o tratamento? Todas estas questões devem ser bem analisadas antes de iniciar um tratamento, pois existem variações deste mesmo problema e, caso isso não seja bem observado, há um grande risco de agravamento do quadro. Saiba tudo sobre a escoliose e aprenda a como proceder com o problema.
O que é escoliose e quais são suas causas?
A escoliose é uma deficiência desenvolvida na coluna vertebral, onde ocorre o surgimento de uma curva em forma de “S” ou “C”. Por mais que não seja um problema letal, a escoliose pode se agravar e causar deformidades irreversíveis na coluna, propiciando uma série de outros problemas. É daí que se dá a importância de um diagnóstico precoce. O problema pode ser acompanhado por uma “corcunda” ou por “gibas” – conhecidas também como vértebras rotativas. Para tratar o problema e evitar complicações futuras, o médico deve fazer uma série de exames e determinar de qual variação do problema o paciente sofre. Os tipos de escoliose são:
Escoliose Idiopática
Este tipo de escoliose geralmente se manifesta na adolescência, sendo a variação mais “indefinida” e também mais comum do problema. A escoliose idiopática é a única variação que não se sabe com exatidão as causas e atinge muito mais meninas do que meninos. A causa pode ser a má postura ou fatores hereditários.
Escoliose Neuromuscular
A escoliose neuromuscular é desencadeada por um desequilíbrio muscular, normalmente causado por problemas neurológicos como a paralisia cerebral, espinha bífida e pólipo.
Escoliose Degenerativa
Este tipo de escoliose é comum em pessoas idosas, que com a idade, tem a estrutura óssea mais enfraquecida e propensa a deformações. Neste caso, os tratamentos não terão a mesma eficácia, já que o problema provém mais de fatores naturais do que de um problema específico.
Escoliose Congênita
A escoliose congênita, ou de “nascença”, geralmente se desenvolve junto com o feto ou nos primeiros meses de vida. A variação congênita atinge meninas e meninos na mesma intensidade e as más formações podem ser separadas em dois grupos:
Sintomas de Escoliose
Para diagnosticar a doença ainda na infância, os pais e as pessoas que acompanham a criança devem observar algumas coisas, como por exemplo:
Muitas vezes, a má postura não é a causa do problema, mas pode indicar que algo está errado. Se ao sentar a criança posiciona-se sempre torta ou pendendo para o lado, se houverem outros indícios, existe grandes possiblidades de ser escoliose.
Problemas desencadeados pela escoliose
A curvatura da coluna é só um dos problemas causados pela escoliose. Se não tratada, a deformação pode desencadear desde enxaquecas a sérios problemas emocionais. Nos casos mais severos, a pessoa pode ficar profundamente estressada ou desenvolver depressão. Por isso, ao notar os primeiros sintomas de escoliose na criança, é imprescindível procurar um médico e não deixar para procurar ajuda apenas em casos de dores. Muitas vezes, a curvatura aparece sem ser acompanhada por dores e os sinais principais são visuais. A escoliose pode não ser grave, mas é coisa séria!
Diagnóstico
Apesar de alguns sinais primários poderem ser facilmente percebidos, para que o diagnóstico seja efetivo, o médico deve solicitar ao paciente que faça exames de radiografia ou tomografia computadorizada. Em se falando de escoliose, diagnosticar com precisão a forma da curvatura e a causa do problema, não é apenas importante, mas essencial. Quando mais tardio o diagnóstico, mais difícil se tornará a recuperação. Já um diagnóstico preciso, realizado antes da evolução da doença, traz grandes chances de redução da curvatura.
Como é o tratamento da escoliose?
Uma vez que a escoliose for diagnosticada e a sua variação determinada, um tratamento específico deve ser direcionado ao paciente. Outros fatores também influenciarão no tratamento da escoliose, bem como o tamanho do dano à coluna e do formato da curvatura. O processo é prolongado e pode se estender por anos. Vale lembrar que, quanto mais idade a pessoa tiver, mais difícil será a reversão do problema e, mesmo que o diagnóstico seja feito cedo, não é fácil erradicar as deformações por completo. O ideal é iniciar o tratamento no inicio da puberdade, entre os 12 ou 13 anos, quando a estrutura óssea e muscular não está totalmente desenvolvida. Os tratamentos para escoliose podem ser:
Coletes
Os coletes, mais conhecidos como órteses, são utilizados para manter a estabilidade da coluna e impedir que a escoliose evolua. Existem alguns tipos, como o colete de Boston, Wilmington, Milwaukee e Charleston. As órteses são adequadas para as diferentes curvaturas e não são indicadas para as escolioses congênitas e neuromusculares, funcionando com mais eficiência para as escolioses idiopáticas que atingiram um grau mais alto.
Cirurgia
A cirurgia da escoliose deve ser feita para reparar a curvatura vertebral, mas só deve ser indicada após uma minuciosa análise do problema. Por exemplo, se o paciente for uma criança e durante o desenvolvimento dos ossos a curvatura da coluna atingir 40 graus ou mais, a cirurgia se fará necessária. Caso a curvatura não atinja 40 graus neste período, o mais indicado é ir controlando o problema com sessões de fisioterapia e aguardar o crescimento completo da estrutura óssea para operar. A cirurgia da escoliose irá corrigir a curvatura da coluna e colocar as vértebras nos lugares corretos através de filetes metálicos.
Fisioterapia
Quiropraxia
Através de ajustes nas articulações do paciente, o profissional de quiropraxia visa remover os desvios da coluna que impedem o bom funcionamento dos estímulos nervosos, fazendo com que ao longo das sessões, o paciente sinta alivio imediato. Desta maneira, pode ajudar a melhorar a condição e não apenas estagná-la. E, se o paciente tornar constante a terapia, terá diminuição não apenas das dores, mas também terá melhora na postura e na mobilidade.
Acupuntura
A acupuntura é uma prática terapêutica que tem como objetivo estimular pontos específicos no corpo através da inserção de agulhas na pele. Atingindo estes pontos, o corpo começará a produzir substâncias que auxiliam no processo regenerativo e amenizam possíveis dores. Problemas nas costas, geralmente, podem vir acompanhados de outros problemas, como por exemplo, o estresse profundo e outras doenças emocionais. No caso da escoliose, a acupuntura é uma ótima opção de terapia, pois além de melhorar condições físicas, alivia as tensões.
RPG
Trabalhando a postura, a prática do RPG – Reeducação da Postura Global – utiliza-se de técnicas de respiração, do realinhamento das vértebras e do equilibro do corpo. Corrigindo o modo como se movimenta e senta, o paciente terá muito mais chances de reabilitação.
De 0 a 10 graus : Sem necessidade de tratamento fisioterápico.
De 10 a 20 graus : Há necessidade de tratamento fisioterápico.
De 20 a 30 graus : Tratamento fisioterápico e uso de colete ortopédico
De 30 a 40 graus : Apenas colete ortopédico para frear a evolução da doença
De 40 a 50 graus : Apenas tratamento cirúrgico
Devemos dar atenção à nossa saúde no presente, para que não comprometamos o nosso futuro. Um diagnóstico precoce, não apenas da escoliose, mas de qualquer doença progressiva, faz a diferença. Cuide do seu corpo. Viva mais e viva melhor!